No mês passado houve uma grande polêmica no nosso país, quando ficamos sabendo que o brasileiro Marco Archer, foi condenado a pena de morte e seria executado na Indonésia, por tráfico internacional de drogas. A coisa tomou tal proporção, que rolou até presidente pedindo clemência. Mas quero abordar dois pontos de vista importantes.
O primeiro, é perguntar para os cristãos que defenderam ideias como “Importem o presidente da Indonésia”, se eles sabem que o país em questão, está entre os 50 países com maior perseguição religiosa do mundo. Se alguns já acham que pedir para abaixar o som na hora do louvor pra não incomodar os vizinhos é ser perseguido, imagino se tivessem que enfrentar a dura realidade do cristão indonésio. Essa é só uma das coisas que esse grupo de religiosos brasileiros deveriam ter pensado. Teve até jornalista evangélica dizendo que a Indonésia era um país sério, que dá o exemplo: aqui se faz, aqui se paga. Sei que você sabe que foi a Raquel Sheherazade, mas gostaria de saber também, se você acha que ela tem conhecimento dos dados acima. Pode-se chamar de sério um país que persegue uma minoria? Pode-se chamar de sério um país que mata?
O último, mas não menos importante ponto de vista é sobre a pena de morte no geral. A minha consideração sobre essa penalidade, é a seguinte: se pessoas que cometem crimes tivessem medo de morrer, elas trabalhariam e seriam “cidadãos de bem”. A morte, é um dos riscos de sua profissão. Boa parte dos criminosos, tem medo/raiva de trabalho. Em muitos casos, foram ensinados desde crianças que deveriam ter. Sendo assim, penso que se um homem saí de casa para matar, roubar ou destruir de alguma forma, ele sabe muito bem que pode não voltar vivo, afinal alguém pode reagir. Ele também sabe que se não morrer, mas for pego, no Brasil ele vai para aquele sistema penitenciário totalmente inútil, e que se ele for esperto, ganha para ficar lá, mas em condições de senzala. Se a pena de morte fosse realidade no nosso país, ele voltaria ao primeiro risco, que ele já corre. Então, pensando muito bem, acho que não seria novidade pra ele, e nem faria ele desistir do mal que planejou.
O conhecimento liberta o homem. Liberta sim! A minha proposta de sistema penitenciário é inspirada na justiça e na verdade. Clichê? Pode ser! Mas eu tenho uma certeza muito grande dentro do meu coração, de que seria o melhor! Então o que acontece com a pessoa que resolveu “bandidar” no meu sistema?
- Cometeu um crime (desde roubo do mercadinho, até desvio de verba em altos cargos políticos);
- É julgada e condenada;
- Passa por uma entrevista, onde são detectadas suas habilidades de trabalho;
- Trabalha das 6hs às 21hs com uma hora de almoço, e uma hora de jantar, para cobrir seus gastos;
- Se a pessoa escolher estudar, e manter média acima de 8, ela trabalha até às 18hs e estuda das 19hs às 22h30;
- O trabalho não reduz sua pena. Nem estudo. Nem bom comportamento. Nem propina. Nem pressão alta;
- Domingo de folga, mas tem que escolher uma atividade pra desenvolver durante o dia: religião, esporte, arte, etc.;
- Sem direito a visita íntima;
- Sem feriado;
- Usou celular? Perdeu todos os domingos do ano, e terá que trabalhar em cada um deles.
Se substituirmos o trabalho escravo que rola no Brasil, por esse modelo de trabalho, não teremos presidiário tirando emprego de ninguém. Esse modelo exige uma boa estrutura, principalmente de empresas que estejam dispostas a captar produtos e serviços produzidos por detentos em troca de isenção fiscal ou alguma outra vantagem. Mas dá pra fazer! Daí eu pergunto se você acredita que uma pessoa com medo/raiva do trabalho, tendo certeza de que será submetida a esse regime (sem falcatrua, o que é difícil), vai optar por correr o risco de ser pega. E deixo uma última pergunta: como a pessoa vai sair de uma reclusão nesse molde? Eu acho que melhor do que entrou, e não o contrário.
O sistema não funciona. Matar já matam. Morrer já morrem. Misericórdia é rara. Oportunidade também.
Como cidadã, acredito que qualquer um pode mudar sim. E como cristã, sei que estava condenada à morte, e Jesus me resgatou. Que direito tenho de apoiar a condenação de alguém, se partir do princípio que Cristo é meu exemplo?
Concordando ou não, espero seu comentário!
Obrigada por ler, e até mais!
“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.” – Efésios 2:4-5
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