O Estado Islâmico (EI) produziu mais um vídeo, dessa vez, decapitando 21 cristão egípcios no último domingo.O ciclo de violência continuou ontem, quando o Egito bombardeou a base do EI na Líbia. As fotografias dos 21 cristãos egípcios sendo levados, cada um por seu assassino do Estado Islâmico, pelas margens do mar, não serão inseridas nesse post, pois aqueles não foram os seus últimos passos, nem seu fim.
https://www.youtube.com/watch?v=xrLCK5thQoc
“E que o meu nome morra com meu corpo, e que o de Cristo permaneça em tudo” – Arrais
Eu vi a notícia ontem e não quis ler. Quando vi hoje sobre a vingança do Egito, tomei coragem. Os cristãos coptas, sequestrados desde dezembro, tiveram sua execução divulgada por meio de um vídeo intitulado “Uma mensagem firmada com sangue para a nação da cruz”. Talvez devêssemos ler de novo: Uma mensagem firmada com sangue para a nação da cruz. O que te lembra essa afirmação? O que vem a sua memória com as palavras “Mensagem”, “Sangue”, “Nação” e “Cruz”? Acho que você pensa no mesmo que eu. Em Cristo, e em seu sacrifício. Eu sou a nação da cruz.
A história conta que após a crucificação de Jesus Cristo, próximo a Jerusalém, centenas de milhares de cristãos foram perseguidos, e assassinados em público, devorados por leões no Coliseu, ou apedrejados nas ruas. Crucificados, exilados, presos, açoitados e decapitados. A violência que permanece até hoje, não foi o suficiente para eliminar a fé insistente dos que continuam declarando que são fiéis a Cristo. Eu sou a nação da cruz.
É bom lembrar que no Egito, é contra lei que um muçulmano se converta ao cristianismo. Apesar de se manifestar com sua vingança, o país não mostra grande preocupação com os cerca de 10% de cristãos que compões sua população. É impossível ignorar que ele ocupa a 23° posição na lista dos países mais perseguidos do mundo, e isso significa que os nossos irmãos que vivem ali, enfrentam dificuldades que nós, brasileiros, nem imaginamos. Eu sou a nação da cruz.
Esse texto é mais um pedido de oração do que qualquer outra coisa. É mais uma lembrança e uma manifestação de repúdio ao ocorrido. É um grito para dizer que meu coração também se despedaça ao ver parte do corpo de Cristo, ao qual eu pertenço, ainda enfrentando a morte a cada dia, enquanto eu faço tão pouco. É também um pedido à igreja para que não ore por mais vingança, mas que se preocupe em formar intercessores e missionários para fortalecer uma luta que não terá fim, até o dia da redenção. Porque nós somos a nação da cruz.
O texto de Paulo começou a fazer mais sentido na minha vida depois que comecei a acompanhar notícias sobre a igreja perseguida ao redor do mundo. Acompanhe também no site do Missões Portas Abertas, e ajude em suas campanhas para minimizar a dor diária de tantos irmãos. Leia o trecho abaixo lembrando que apesar de ele ter quase 2 mil anos de idade, é tão real como se tivesse sido escrito hoje.
“Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”. Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” – Romanos 8:34-39
Ser a nação da cruz é muito mais do que frequentar shows e promover eventos. É assumir que não somos e nem pensamos igual a maioria do mundo. É entender que amanhã, somos nós que podemos ser desafiados e expostos a morte. É se posicionar contra aos vendedores de graça que focam sua pregação em dinheiro, bens e vitória, e não na mensagem genuína da cruz. É assumir que independente de cada pequena ou grande coisa dessa vida, continuaremos sendo a nação da cruz. Os 21 homens não eram egípcios, assim como nós não somos brasileiros. Não somos daqui. Somos a nação… da cruz! Vivemos a mensagem da cruz. A verdadeira mensagem firmada no sangue em que acreditamos, e na qual permaneceremos firmados até o fim.