Entenda
A hashtag #PrimeiroAssedio está sendo usada para que mulheres contem como e em que idade tiveram sua primeira experiência com a violência/abuso sexual, seja verbal ou física. A campanha foi criada pelo coletivo feminista Think Olga, após a grande quantidade de comentários sexuais no twitter sobre a participante do Master Chef Júnior Brasil, Valentina, de 12 anos de idade. Ao buscar o termo “Valentina MasterChef” na rede social twitter, você vai se deparar com mensagens pedófilas e absurdas.
Náusea e coragem
Ao ler os relatos da campanha, a primeira coisa que senti foi náusea. Acredito que essa é uma sensação comum em qualquer pessoa normal, pois a leitura nos leva em cenas de crianças de 5, 6, 7 anos ou até menos sendo submetidas a ações covardes por parte de adultos, que na maioria das vezes é próximo da família. Os textos também deram coragem à várias mulheres para compartilharem suas próprias histórias. Muitas confessam que nunca haviam compartilhado aquilo com ninguém, então uma das verdades que a campanha traz é que juntas, somos mais fortes. A outra, é que quando um quebra o silêncio, os outros se sentem encorajados a quebrar também. Mas a mais triste verdade que vemos é que para uma parte enorme dos homens é tudo normal, tudo brincadeira e o sofrimento das nossas meninas é um grande exagero.
Reações absurdas
Algumas reações absurdas, como era de se esperar, começaram a aparecer. Por exemplo:
– Mulher de 12 anos faz sucesso nas redes sociais e irrita moralistas – Pior que é de um blog chamado “Foco Cristão”.
– Página no Facebook “Admiradores de Valentina Schulz” que dispensa explicações.
– Comentários Irracionais.
– Homens comentando que “não é todo homem que é assim”;
– Mulheres comentando a mesma coisa;
– Discursos e mais discursos em defesa dos agressores da adolescente.
Isso são só exemplos de como é forte a cultura da pedofilia, do machismo e do assédio em nosso país. Mas sabe o que é pior do que tudo isso? Salvo raras exceções, todos os homens que comentaram nas redes, assim como a maioria dos homens mencionados nos relatos das meninas estão por aí. Tem filhos. Tem filhas. Alguns devem ter esposas, mas eles andam pelas ruas muito provavelmente assediando outras crianças.
O que fazer?
Se você tem o mínimo de empatia e se é um pouquinho humano já está meio desesperado com essa situação. Não dá pra falar que não é problema seu, só por não ser um dos homens mencionados aqui. Também não dá pra justificar usando o “instinto masculino”, assim como não dá pra dizer que machismo não existe. Sabe o que dá pra fazer? Se informar!
Presenciei uma violência contra criança ou adolescente: Disque 100
Presenciei uma violência contra mulher: Disque 180
Um(a) amigo/parente/conhecido sofreu assédio sexual físico ou verbal: Não julgue! Dê apoio e denuncie!
Um(a) amigo/parente/conhecido realizou assédio sexual físico ou verbal: Não tenha medo! Denuncie!
Li assédios sexuais em redes sociais ou sites da internet: Denuncie também!
Mas acima de tudo, se informe e informe aos outros. Leve informação principalmente para as crianças. Converse com os professores de escola do seu bairro, líderes de escola bíblica dominical infantil da sua igreja, agentes sociais da sua comunidade, seus amigos que são pais, enfim, para todos. Qualquer pessoa que tenha contato com crianças, precisa abordar o assunto.
Eu agradeço à Deus por ter o pai maravilhoso que tenho. Ele tem seus defeitos, como todo o pai, mas nunca tive que viver com medo dele. Nunca tive medo de levar amigos e amigas em casa, pois sempre foi um ambiente seguro. Não imagino como deve ser para uma criança não desfrutar desse direito essencial, vital e justo.
Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado. – Tiago 4:17
Então disse Jesus: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas” – Mateus 19:14
Vou deixar dois vídeos aqui. O primeiro é sobre o aplicativo Proteja Brasil, que você pode instalar no seu celular para denunciar qualquer tipo de violência contra menores a qualquer hora e lugar. O segundo é um material produzido para alcançar crianças, encorajando-as a denunciarem seus agressores sejam eles quem forem. Não é brincadeira. Não é normal. Não está tudo bem. É assédio! É crime! Não se cale! Não seja cúmplice!
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=ckp2u2UnyNQ&w=560&h=315]
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=UPUKgQGRtaI&w=420&h=315]
Adiciono também um vídeo extra criado pelo grupo Marista, que é super rápido e de fácil entendimento para crianças de várias idades! 😉
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=vjwSPkguQxc&w=560&h=315]
Eu vi essa hastag e esperei algo de bom, mas daí na mesma hora pensei: vai dar merda.
A nossa sociedade é muita estranha. As pessoas usam argumentos sem fundamento. Da muita raiva, aliás!
Eu não sei o qe se passa na cabeça desses caras…
Vi alguns comentarios de alguns meninos contando que eles também eram assediados, que as mulheres passavam a mão neles, essas coisas. Eu não duvido, eu já vi.
Mas eu fico muitoo brava, porque quando começa uma boa campanha de conscientização, seeeeempre vem alguém falando q não é só de tal forma. E é óbvio que não é. Mas irrita o fato de ter que usar uma coisa legal pra falar isso.
Enfim, a mulher sempre vai ser a errada. A vítima SEMPRE é a errada. (Eu tenho algumas aulas de psico e todos os casos que vi até hoje, as crianças que foram abusadas achavam que a culpa era delas)
Infelizmente é o meio que vivemos, mas oque pudermos fazer pra ajudar TAMOAÍ O/ pela preservação da infância.
Ps. Um cara que anda com a cueca à mostra, sem camisa, se achando, será que tá pedindo? #eisaquestão