As aventuras do avião vermelho, uma leitura infantil nacional para crianças hiperativas

Hoje é o Dia Nacional do Livro Infantil, e eu pensei em listar os 10 livros infantis que mais gosto atualmente (porque isso vai mudando), mas aí me deparei com a importância da palavra “nacional”, e decidi falar sobre o primeiro livro que eu lembro da minha mãe ler, exatamente por ele ser quase um clássico nacional. Na verdade fico em dúvida se foi esse, ou o livro A Colcha de Retalhos, o primeiro que minha mãe leu, mas vou me dar o desconto de memória falha.

As aventuras do avião vermelho, de Erico Verissimo

Eu não sei se alguém indicou esse livro para minha mãe ler para o meu irmão e eu, mas é sobre uma criança bem chata, teimosa e difícil de lidar. O Fernando, personagem principal da história, é descrito como um menino gordo, travesso, brigão e o autor ainda acrescenta que “Ninguém em casa podia com a vida dele”. Me faz pensar que a minha mãe leu em um momento em que estávamos dando algum trabalho.

Em resumo bem curto, o livro fala sobre quando Fernando, depois de ganhar um livro de histórias do “Capitão Tormenta”, descobre um jeito de viajar no avião de brinquedo que o pai lhe deu. A intenção do pai era ver se o filho melhorava de comportamento (meio errado isso), e ele não viaja sozinho, mas com alguns brinquedos que o ajudam na sua jornada pelo mundo. Acho que muitos de nós conhecem uma criança bem agitada, e pensar que um livro pode ajuda-la a redirecionar sua criatividade me parece uma proposta encantadora.

As leituras da minha mãe antes de dormir estão na minha memória afetiva de forma muito nítida. Eu pouco lembro de nome de pessoas, ou de situações, enquanto o meu irmão, Israel, lembra-se de aparentemente tudo. Isso até me constrange em algum grau, mas pelo menos me lembro de forma precisa da minha mãe sentada na ponta da cama de baixo do beliche lendo o livro com o aviãozinho vermelho na capa.

Sempre tive a intenção de encontrar esse livro, e hora ou outra procurava ele em algum sebo, com a referência da edição antiga. No ano passado, o livro me achou em um bazar de usados, mas na edição mais atual publicada pela Companhia das Letrinhas e ilustrada por Eva Furnari. É linda!

Reli a história com flashs da minha mãe fazendo as vozes das personagens, inclusive quando elas falam coisas como “Dim-dem-dlum”, ou “Bu-lu-ba-gum-gum”. Reli e pensei como minha mãe descobriu desde muito cedo que eu amo uma boa história de desafios, de coisas que parecem impossíveis.

Eu sou bem apaixonada por livros infantis, por seus textos fáceis e ilustrações cheias de detalhes. Sempre compro de presente, para igreja e compro muitos para mim. É um prazer muito grande encontrar ou reler um dos livros que me introduziram nesse universo.

Se você tem filhos ou lê para crianças, super indico esse para incentivar a imaginação. Nessa releitura notei algo negativo. Quando a turma viaja, eles passam pela África, mas tratam o continente como um país, e as únicas pessoas que eles encontram por lá são de uma tribo de canibais que, claro, querem comê-los. Acho indispensável problematizar isso com as crianças, explicar que África é um continente com muitos países, e que há muita história e cultura rica para conhecer.

Pesquisando sobre o livro, vi que recentemente lançaram uma animação sobre ele, que traz Fernando como um menino hiperativo, e achei isso muito legal. Ainda não assisti o filme, mas deixo aqui o trailer para quem se interessar.


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